Incentivando a Alimentação Saudável


Autor: Fernanda Braga - Professora da Trilha da Criança
Categoria: Artigos
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Um relato de sala de aula sobre a alimentação saudável na escola.

Hora do almoço na Trilha da Criança

Diante de crianças com resistência em comer e experimentar alguns alimentos, me senti desafiada a reverter essa situação.

É muito importante ir para o momento do lanche ou refeição com animação e entusiasmo, tornando-o especial, envolvente e interessante, desde o início se preocupando com todas as etapas que ele envolve e que são essenciais para o êxito de uma alimentação saudável. A criança precisa ter contato com os alimentos para que tenha curiosidade de experimentá-los. Neste momento costumo cantar músicas com o tom de voz baixo e tranquilo, apresento o alimento de várias formas (inteiro, picado, com/sem casca), favoreço momentos para que a criança explore o alimento de sua maneira apalpando, observando seu formato, peso, cor, aroma, textura e sabor. Essas estratégias são ricas e estimularão as mudanças necessárias para o caminho de uma vida mais nutritiva.

Em alguns momentos, respeitando o afastamento, incentivo o aluno a experimentar o alimento de forma lúdica, propondo uma atmosfera criativa para que a degustação ocorra:

_ Vamos ver o meu bocão de Jacaré? Hum, que delícia! Agora quem vai fazer o bocão de jacaré?

_ E agora qual bocão nós vamos fazer? Bocão de dinossauro? Deixa eu ver?

_ Olha essa uva será que ela está docinha? Eu vou experimentar! Hum, hum está docinha!

_ Vamos observar… o suco é de qual cor? Sim é amarelo! Será que ele é de qual fruta? Quem vai experimentar para me falar? Será que é de melancia, laranja ou melão?

Outra tática é colocar a criança que está com resistência para comer na mesma mesa daquelas que não apresentam relutância, assim ela observando os colegas se alimentarem, se sentirá motivada, curiosa e interessada para experimentar. Ressalto que cada criança tem seu tempo, devemos respeitar e observar para não ser evasivo. Não podemos forçar a criança a comer, deixa-la impaciente e com sentimento de frustação. Muitas vezes a criança tem resistência em experimentar o alimento simplesmente pela sua textura, por isso realizo várias atividades com texturas diferentes permitindo que os alunos conheçam o mundo ao seu redor de diferentes formas.

O importante é fazer da refeição um momento agradável, prazeroso e significativo para a criança. Olhar para a criança e entender que o ato de alimentar é afeto, carinho e nunca brigas ou imposições. Os resultados esperados acontecerão e poderão ser a curto, médio e longo prazo. O professor que atua dentro desta postura percebe que por meio de todas estas estratégias há o desenvolvimento de uma alimentação saudável que se inicia na primeira infância e que se perpetua na vida adulta.

Senti um enorme prazer em ver o resultado por meio das ações das crianças na hora da alimentação. Pude perceber, por meio da exploração das frutas, da ludicidade, do respeito às crianças e da musicalização, como que elas desenvolveram a percepção do tato, paladar e adquiriram uma alimentação saudável.

Texto: Fernanda Braga – Professora da Trilha da Criança


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