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Berçário ou babá?

Ana Paula de Rezende Bartolomeo*

Um dos grandes dilemas enfrentados pelas famílias é o término da licença-maternidade, quando as mães se veem diante da necessidade de retornar ao trabalho, seja em período parcial ou integral. Fica a grande dúvida: deixar os bebês sob o cuidado de babá ou matriculá-los em um berçário? Para garantir a tranquilidade na escolha, deve-se avaliar minuciosamente cada alternativa.

Entre os defensores dos cuidados de uma babá estão especialistas que orientam deixar as crianças em casa nos primeiros dois anos de vida, de forma que haja menor ocorrência de doenças oportunistas, como gripes e resfriados. Outro argumento é de que o lar é um espaço de referência, ao qual os bebês já estão acostumados à rotina e aos horários de saída e retorno dos pais.

Por outro lado, a pessoa escolhida precisa ser de total confiança dos pais, ter referências e, preferencialmente, indicação de algum conhecido. Essa alternativa esbarra, muitas vezes, na invasão de privacidade, uma vez que, na maioria dos casos, a babá é uma pessoa estranha ao convívio familiar. Sem contar que o bebê pode permanecer muito tempo apenas ao lado de um adulto, sem o contato com outras crianças.

É bom lembrar que existe sempre a possibilidade da babá não se adaptar, expondo a criança à rotatividade de profissionais. Além disso, é preciso considerar a necessidade de qualificação e de treinamento contínuos.

Em favor das creches e escolas estão exatamente as equipes qualificadas e multidisciplinares, além do espaço especialmente preparado para oferecer diversos estímulos, a partir da música, das brincadeiras e do vínculo afetivo. Neste sentido, as escolas oferecem a garantia da menor rotatividade de pessoal, possibilitando que os bebês criem referência, tão importante para o seu desenvolvimento.

É um local propício para o ensino-aprendizagem por meio da interação entre os educadores e crianças, estimulando a socialização e a autonomia. Mais ainda, a rotina de alimentação, brincadeiras, banho e descanso é considerada decisiva para o crescimento saudável.

Não existe, portanto, uma regra que determine qual a melhor escolha. Cada família deve avaliar seus hábitos, preferências, possibilidades. E, acima de tudo, a decisão não precisa ser definitiva. A chave do sucesso de todo o processo, seja qual for a opção, é o acompanhamento e o carinho para com as crianças.

*Ana Paula de Rezende Bartolomeo é psicóloga e diretora da Trilha da Criança Centro Educacional