Um dos grandes dilemas enfrentados pelas famílias é o
término da licença-maternidade, quando as mães se veem diante da necessidade de
retornar ao trabalho, seja em período parcial ou integral. Fica a grande
dúvida: deixar os bebês sob o cuidado de babá ou matriculá-los em um berçário?
Para garantir a tranquilidade na escolha, deve-se avaliar minuciosamente cada
alternativa.
Entre os defensores dos cuidados de uma babá estão
especialistas que orientam deixar as crianças em casa nos primeiros dois anos
de vida, de forma que haja menor ocorrência de doenças oportunistas, como
gripes e resfriados. Outro argumento é de que o lar é um espaço de referência, ao
qual os bebês já estão acostumados à rotina e aos horários de saída e retorno
dos pais.
Por outro lado, a pessoa escolhida precisa ser de total
confiança dos pais, ter referências e, preferencialmente, indicação de algum
conhecido. Essa alternativa esbarra, muitas vezes, na invasão de privacidade, uma
vez que, na maioria dos casos, a babá é uma pessoa estranha ao convívio
familiar. Sem contar que o bebê pode permanecer muito tempo apenas ao lado de
um adulto, sem o contato com outras crianças.
É bom lembrar que existe sempre a possibilidade da babá não
se adaptar, expondo a criança à rotatividade de profissionais. Além disso, é
preciso considerar a necessidade de qualificação e de treinamento contínuos.
Em favor das creches e escolas estão exatamente as equipes
qualificadas e multidisciplinares, além do espaço especialmente preparado para
oferecer diversos estímulos, a partir da música, das brincadeiras e do vínculo
afetivo. Neste sentido, as escolas oferecem a garantia da menor rotatividade de
pessoal, possibilitando que os bebês criem referência, tão importante para o
seu desenvolvimento.
É um local propício para o ensino-aprendizagem
por meio da interação entre os educadores e crianças, estimulando a
socialização e a autonomia. Mais ainda, a rotina de alimentação, brincadeiras, banho
e descanso é considerada decisiva para o crescimento saudável.
Não existe, portanto, uma regra que determine qual a melhor
escolha. Cada família deve avaliar seus hábitos, preferências, possibilidades.
E, acima de tudo, a decisão não precisa ser definitiva. A chave do sucesso de
todo o processo, seja qual for a opção, é o acompanhamento e o carinho para com
as crianças.
*Ana Paula de Rezende Bartolomeo é psicóloga e diretora da Trilha da Criança Centro Educacional